Será o fim do barulho dos motorzinhos e das restuarações? Tideglusib, este é o nome da substância desenvolvida há 3 anos por cientistas britânicos que possui o poder de fazer o dente se regenerar sozinho após uma fratura ou procedimento odontológico. Confira nosso artigo e saiba mais sobre esta novidade e a previsão para chegar ao mercado.
A ciência tem progredido consideravelmente no ramo da odontologia. Depois de aposentar as antigas restaurações feitas com amálgamas, substituindo a cor metálica por restaurações idênticas ao natural feitas de resina, agora pode ser a hora de extinguir para sempre este procedimento.
Em 2017, o King’s College de Londres ganhou notável atenção quando um grupo de cientistas publicaram os primeiros resultados de testes do Tideglusib nos dentes de animais. Os ratinhos tiveram ótimos resultados e as cavidades puderam ser reparadas em até 6 semanas!
O procedimento é realizado a partir de uma esponja de colágeno biodegradável que é embebida pela solução e colocada no buraco do dente, fazendo com que a atividade de células-tronco na polpa dental aumente consideravelmente. Durante o tratamento, a esponja fica repleta de minerais enquanto a própria dentina se regenera. O resultado desse procedimento foi a reparação de cavidades de até 0,13mm nos dentes dos roedores. Isto pode significar o fim das restaurações que devem ser “reformadas” com o passar dos anos, garantindo conforto e qualidade para os pacientes.
Entretanto, a descoberta causou medo e desconfiança em algumas pessoas. Estudos que envolvem a aceleração de células no corpo humano causam certo desconforto à primeiro momento. Isto acontece por conta do aumento do risco de desenvolvimento de câncer. Sobretudo, os cientistas responsáveis afirmaram que o uso é totalmente seguro e, inclusive, a droga já foi administrada em maiores doses em humanos para tratamento de Alzheimer.
A pesquisa contou com o pesquisador brasileiro e paulistano Vitor Neves que deu entrevista aos meios de comunicação ressaltando a importância da descoberta. O pesquisador disse que se trata da primeira ou uma das primeiras pesquisas a realizar o preenchimento da polpa dental sem o uso de materiais sintéticos, abrindo caminho para futuros estudos na área.

TIDEGLUSIB NOS CONSULTÓRIOS
Para nos beneficiar desta descoberta, alguns testes ainda precisam ser concluídos. Segundo o site Diário de Petrópolis, os cientistas afirmaram que a droga está no último estágio, o teste em humanos. Entretanto, a empresa responsável pela fabricação do Tideglusib usado em 2017 não está interessada em realizar testes clínicos na área da odontologia. Carla Renata Sipert, professora de Endodontia da Faculdade de Odontologia da USP (Universidade de São Paulo), diz que isso acontece provavelmente pela insegurança da indústria farmacêutica em oferecer a droga para o tratamento de algo que ela não foi planejada. Por conta disso, os estudos encontram-se sem previsão de conclusão. Mas estamos de olho em novidades!
Imagens UNSPLASH