Os protetores bucais são indispensáveis para muitos profissionais (para atletas, tanto em esporte de contato como aqueles que exigem força e intensidade). Sua elaboração correta é imprescindível para evitar incômodos e maiores danos (melhor adaptação, retenção e conforto) ao paciente durante o uso. Confira nossas dicas e saiba mais sobre a customização destes dispositivos!
Os protetores bucais são dispositivos posicionados na cavidade oral, geralmente na arcada superior, com a finalidade de absorver, dissipar e aumentar o tempo das tensões geradas pelo impacto, prevenindo, assim, traumatismos dentoalveolares. Sua função é de proteger dentes, osso, ligamento periodontal e tecidos moles quanto à fratura, luxação e lacerações. Além disso, por aumentar a distância entre o côndilo e a fossa da articulação temporomandibular, ele também previne o impacto do côndilo com as estruturas adjacentes evitando a concussão cerebral. Ainda, tem se discutido sobre o uso do protetor bucal em práticas esportivas de grande intensidade para evitar desgastes dentários, trincas em esmalte e sensibilidade dentinária, devido ao apertamento dentário nessas atividades, somadas ao uso excessivo de bebidas ácidas, como shot de limão e isotônicos.
O primeiro passo para a boa adaptação e proteção do protetor bucal customizado inicia-se por um molde de excelência, com alginato ou silicone de qualidade. Sendo assim, é importante individualizar a moldeira com cera utilidade ou cera periférica, com o objetivo de moldar as inserções musculares, freios e fundo de saco de vestíbulo.
O material de escolha para a confecção do protetor bucal customizado é o copolímero etileno acetato de vinila (EVA), pois além de permitir o aquecimento e maleabilidade sem perda significativa da sua propriedade mecânica, também é de fácil aquisição e custo reduzido. A espessura final ideal dos protetores bucais customizados é de 3 a 4 mm para promover conforto e proteção. Neste prisma, é indicado usar duas placas de EVAs de 3 mm, pois no processo de aquecimento na plastificadora a vácuo ocorre redução da espessura do EVA.
Para delimitar a extensão do protetor, a área de recorte deve seguir 1 mm abaixo do fundo de saco de vestíbulo, e na palatina estar 10 mm além da margem gengival. Nesta etapa, escolha uma tesoura para realizar recortes mais grosseiro, e quando aproximar das delimitações é indicado usar broca Maxicut montada em peça-reta, em baixa rotação. O refinamento das rebarbas, na extensão periférica é feito com a escova de polimento scotch brite. Por fim, pode-se optar pelos: mini maçaricos ou lamparina Hannau para realizar uma leve plastificação na parte externa do protetor, a fim de melhorar a textura de superfície.
Por fim, é imprescindível a avaliação do protetor bucal na boca do paciente, para verificar correta adaptação, estabilidade e conforto durante seu uso. Após esta etapa faz a distribuição dos contatos oclusais, plastificando a área e pedindo para o paciente ocluir. Isso é importante, pois o contato do protetor com os dentes antagonistas diminui o deslocamento deste, durante o impacto.
Profs. Ms. Valessa Florindo Carvalho
Cirurgiã Dentista pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia (FOUFU) / Mestre em Clínica Integrada pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia (FOUFU)/ Especialista em Periodontia pela Associação Odontológica de Ribeirão Preto (AORP) / Doutoranda em Periodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FORP-USP)
CRO-GO 14745
Instagram: @valessafc
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